HISTÓRIA DO CHEVETTE GP (1976/1979)
No ano de 1976 a General Motors do Brasil associou-se publicitariamente à organização do Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 e, na condição de patrocinadora, lançou uma novidade na linha Chevette. Tratava-se do “esportivo” Chevette GP. A sigla significa “Grand Prix”. O novo modelo foi apresentado nos anúncios publicitários da época como o “carro oficial do Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1” e algumas unidades foram cedidas pela montadora aos pilotos que estavam no país, durante os dias em que aqui permaneceram. Apesar do nome e do apelo esportivo, a “esportividade” limitava-se aos aspectos externos. Grandes faixas pintadas de preto fosco foram aplicadas sobre o capô, tampa do porta-malas e nas laterais, na altura das rodas. As faixas do capô e da tampa do porta-malas tinham duas pequenas faixas estreitas nas extremidades, com uma pequena faixa na cor do carro entre elas. As faixas das laterais também tinham faixas mais finas na parte superior, ficando entre elas um pequeno vão, na cor da carroceria. Na faixa existente na parte inferior das portas, próximo da coluna “A” havia uma inscrição GP, em negativo e letra de forma. As letras ficavam na cor da carroceria, ao estilo do Porsche Carrera, que foi o primeiro carro a utilizar esse tipo de identificação. As faixas laterais continuavam no painel dianteiro e também no traseiro, abaixo dos pára-choques. Ao redor dos vidros laterais, onde o Chevette SL utilizava frisos de inox, no GP as colunas eram pintadas de preto fosco. Os espelhos, dos dois lados, tinham desenho aerodinâmico, do tipo concha, semelhantes os que eram utilizados pelo Corcel GT, Puma, e posteriormente aos dos Opala/Caravan SS 78/79. No escapamento foi colocada uma ponteira cromada. As rodas eram exclusivas do modelo, de ferro, com tala de 6 polegadas, pintadas na cor cinza grafite, com os furos de ventilação redondos. No centro havia uma pequena calota de plástico preto, com o símbolo chevrolet (gravata) no centro, pintado em cinza alumínio. As rodas vinham também com sobre-aros de alumínio, que davam um aspecto mais esportivo, mesmo porque utilizados com freqüência como acessório na época. Essa mesma roda, com 6 polegadas e orifícios de ventilação redondos foi utilizada numa versão especial do Chevette, em 1976, denominada “País Tropical”. Nesse caso, eram pintadas de bege, quando a carroceria era marrom metálica, e marrom metálica, quando a carroceria era bege. Voltando ao Chevette GP, seu interior tinha como diferencial apenas o volante, com diâmetro menor que o normal, com três raios largos de ferro, com pequenos furos, e botão redondo da buzina no centro, com um desenho imitando uma bandeira quadriculada em movimento. Os bancos eram revestidos de tecido na cor preta. As forrações das portas e o carpete (buclê) também eram na cor preta. Os pedais, com capas de borracha maiores, tinham uma armação metálica na extremidade, com um pequeno friso central, nos da embreagem e do freio. Opcionalmente era oferecido um par de faróis de milha, colocados ao lado dos faróis principais, dentro da grade de plástico, que era cortada nesse local e totalmente preta, sem o friso cinza dos modelos L e SL. Palhetas e braços dos limpadores de pára-brisa também eram pintados de preto fosco, assim como os protetores de pára-choque, feitos numa única peça de borracha, mais resistente. Na parte mecânica, a única mudança feita pela montadora foi o aumento da taxa de compressão de 7,8:1 para 8,5:1, com o intuito de deixar o motor mais “bravo”, como se dizia à época. No entanto, em testes realizados pela revista 4 Rodas, a única vantagem percebida foi uma pequena alteração na velocidade final que, na média de melhor passagem, foi de 144,578 Km/h, ao contrário dos 140,525 Km/h da versão normal. Na aceleração foi percebida uma pequena melhora, de 18,80 segundos para atingir, da imobilidade, a velocidade de 100 Km/h, contra 19,40 da versão normal, mas que não representava quase nada para um modelo dito esportivo. A princípio, o aumento da taxa de compressão deveria representar um consumo de combustível maior, mas não foi isso que foi observado na época. A GM indicava no manual do proprietário o uso de gasolina comum (amarela), com 20% de gasolina azul, mas a alta taxa de compressão era mais adequada para o uso somente de gasolina azul, de maior octanagem. (O uso de gasolina amarela em carros com alta taxa de compressão gerava o que se chama de “batida de pino” ou pré-ignição. A modificação da taxa de compressão fez com que a potência aumentasse de 69 para 72 CV, mas o motorista comum quase não percebia a diferença, dada a mínima alteração na velocidade final e na aceleração, como visto acima. No mais, o Chevette GP apresentava as mesmas características mecânicas dos demais modelos da linha. Motor de 1.400 c.c, sistema de freio compatível com o desempenho, com discos na dianteira e tambores na traseira, direção com respostas rápidas, boa estabilidade, isolamento acústico de excelente qualidade e porta-malas com boa capacidade para o tamanho do carro. Num teste comparativo realizado pela revista 4 Rodas em 1976, juntamente como Passat TS e Corcel GT, o Chevette GP foi elogiado em vários aspectos e recebeu boas notas dos jornalistas nos quesitos consumo, transmissão e câmbio, direção, suspensão, acabamento, conforto, nível de ruído e posição do motorista. Cabe aqui abrir um parênteses, no tocante à posição do motorista, pois todos os Chevette, até o final de sua produção, apresentava uma inclinação no volante para o lado esquerdo, fazendo com que o motorista, ao segurá-lo com as duas mãos, ficasse com o braço esquerdo flexionado. Esse foi um problema não resolvido pela engenharia da General Motors, embora perceptível a olho nu. Embora constasse da relação de opcionais da linha 1976 o servo-freio, nenhum Chevette foi equipado com o sistema naquele ano.
Um comentário:
Olá. estou restaurando um GP 76 e preciso fotograr esse carro para recolher o maximo de detalhes, você pode me ajudar ou indicar alguém que tenha esse carro ou fotos....moro em Curitiba.
abraço
Jucelio Dalpiaz
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