Tribo não é só uma denominação indígena, mas também do universo do automobilismo. Conheça a tribo dos apaixonados pelo Chevette, os chevetteiros
Oicialmente, o “Clube dos Chevetteiros.CE” foi fundado quase recentemente, em 2006, ano passado. Mas o amor pelo modelo Chevette -aquele carro que quando surgiu no País nos fazia lembrar um sapo - remonta desde quando eles eram crianças. Bom, isso é o que declara Leopoldo Barreto, o vice-presidente da organização.
“O objetivo da criação do Clube foi agregar pessoas que têm uma afinidade pela marca e modelo do carro. Na verdade, chamo isso mais do que afinidade, chamo isso de veneração”, explica ele, empolgado.
Nesses encontros - sempre realizados uma vez a cada mês, no estacionamento do Hiper Mercantil, da Av. Bezerra de Menezes - através de um bom bate-papo, eles chegam a trocarem idéias, informações e dicas sobre determinadas peças da marca. “Vira uma questão de hobbie. Tem gente que investe em acessórios valores que te chamariam de doido, até mais que o valor real do carro”, diz. Como xodó, expõem sempre o Chevette Tubarão 74.
Foi nessas reuniões que, estruturalmente, a idéia do Clube adquiriu forma. “A amizade, sem dúvida, foi um ponto preponderante para que isso acontecesse e o Chevette foi o ponto de partida”, reflete. De acordo com seus cálculos, a média é de 30 Chevettes e seus donos, em cada encontro.
Atualmente, o Clube contabiliza 56 associados cadastrados, de carteirinha. Na hieraquia, encontra-se o presidente, o vice, os diretores de marketing, comercial e o tesoureiro.
Leopoldo conta que já possuiu cinco carros e, imaginem, todos chevettes! “É um carro bom, fácil de adquirir economicamente justamente pela questão de ser bastante barato: de colocar acessórios, de fazer a manutenção, enfim, várias outras coisas que unificadas reforçam o apego ao carro”, salienta o vice-presidente.
O presidente dos “Chevetteiros. CE”, Jarbas Glauber, em termos de números, não fica para atrás, pelo contrário, supera seu vice. Em seu currículo, ele já teve oito Chevettes em sua vida. “O amor pelo veículo veio desde quando meu avô falava que o modelo era bom. Depois, meu pai comprou um. Por conseqüência, em vez de ser um fusquinha, o Chevette Copacabana bege 79 foi o meu primeiro carro”, lembra.
Num mundo globalizado como o nosso, os Chevetteiros.Ce estão também bastante antenados, com uma página eletrônica“www.chevetteiros-ce.cjb.net”. Via internet, diariamente, eles fazem intercâmbio com outros internautas de vários estados que possuem clubes de Chevettes, como Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo, dentre outros.
Nas regiões Sul e Sudeste, as associações que reúnem Chevettes são mais organizadas e volumosas, confessa Glauber. O clube mais conhecido do modelo fica no Paraná, denominado Os Cheveteiros de Curitiba.
Em Fortaleza, quem tem um Chevette na garagem e deseja virar sócio, o associado terá uma série de vantagens, afirma Leopoldo. Uma delas é o “socorro chevetteiro”, que resgatará, em caso de prego, o associado onde estiver.
Para isso, o futuro membro deverá preencher uma ficha e pagar uma taxa de inscrição que dá direito a adesivos, camisas e chaveiros. A mensalidade girará em torno de R$ 10 para a manutenção (site, material para a divulgação) do Clube.
Segundo Glauber, os chevetteiros também não esqueceram o lado social, a solidariedade. “Parte desse valor, do fundo de caixa, será doado a instituições de caridade”, finaliza o presidente. Quem gosta de Chevette não pode perder a oportunidade de entrar no Clube.
FIQUE POR DENTRO
A história de um sedan da Chevrolet
O Chevrolet Chevette foi um veículo da General Motors, lançado no Brasil, em 1973, como um sedan de duas e (mais tarde) quatro portas, esta última pouco vendida.
O Chevette também teve versões hatchback e station wagon, esta chamada de Marajó, ambas com duas portas. Também teve uma picape, a Chevy 500 (de 1983 a 1995). Foi equipado com motores de 1.0 (só o Júnior), 1.4 e 1.6 (carburação simples ou dupla ´S´) litro, a gasolina e a álcool.
A última unidade do Chevette no Brasil saiu da fábrica em 12 de novembro de 1993. No entanto, teimando contra o tempo, é comum encontrá-los trafegando pelas ruas e estradas, uma vez que foi um modelo que alcançou um expressivo número de vendas: cerca de 1,6 milhões de unidades e demonstrou ser bastante robusto, arrebatando uma legião de fãs. O Corsa da segunda geração tornou-se seu sucessor no Brasil.
É bom lembrar que o Chevette negociado no Brasil foi essencialmente o Opel Kadett da geração ´C´, vendido na Europa. Nos bastidores, comenta-se que a americana GM não lançou o carro com o mesmo nome no Brasil, porque temiam algum tipo de problema ou associação com o governo militar então vigente.
Anos mais tarde, em 1989, o Chevette viria a coexistir com o Kadett ´E´ (lançado na Europa, em 1984) no Brasil.
terça-feira, 15 de abril de 2008
Chevetteiros Ceará
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